
Foto: XR Norge
Cara Rebelde,
"In love and rage" é a assinatura da XR e resume o que motiva muitos de nós a seguir em frente. As histórias deste mês destacam tanto a raiva como as acções incríveis que conseguem nunca perder de vista o amor. Se perdermos a nossa humanidade, perderemos aquilo por que lutamos. Continua a ler para saberes mais sobre como encontrar beleza, alegria e comunidade enquanto protestamos contra os combustíveis fósseis na Noruega, a Agricultura extractiva na Bolívia e a contaminação da água no Reino Unido. E não percas o vídeo de seis minutos de cortar a respiração deste mês visualização rápida. Da indignação à acção e do amor à gestão.
Este boletim informativo é oferecido pela XR Global Support, uma rede mundial de rebeldes que ajudam o nosso movimento a crescer e precisam de dinheiro para continuar este trabalho crucial.
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Acções em Destaque
A Contradição Climática da Noruega é Agora Impossível de Ignorar

Foto: XR Norge
2025 | Noruega
A Noruega pode orgulhar-se das suas águas cristalinas e dos seus elegantes carros eléctricos, mas, nos bastidores, esta Nação rica em petróleo é, de longe, a maior produtora e exportadora de petróleo e gás da Europa. Além disso, estão a perfurar em busca de mais petróleo, mesmo com cientistas e cidadãos a exigirem mudanças urgentes.
A XR Noruega fez campanha durante mais de um ano para colocar a posição contraditória do país sobre a extracção de hidrocarbonetos firmemente no topo da agenda das eleições parlamentares realizadas a 7 e 8 de Setembro.
Na véspera da votação, os activistas climáticos lideraram exigências para que o próximo governo apresentasse um roteiro genuíno e baseado na ciência para a eliminação gradual dos combustíveis fósseis. Em Agosto, os rebeldes uniram forças com a Coligação Nórdica pela Justiça Climática para mobilizar manifestantes de toda a Europa. Centenas de manifestantes saíram às ruas e ao mar na maior onda de desobediência civil que o país já viu contra as grandes petrolíferas.
Numa acção que fez manchetes, mais de 200 manifestantes participaram num espectacular bloqueio por terra e mar que encerrou a maior refinaria de petróleo da Noruega, Mongstad, durante 36 horas. Greta Thunberg, a cantora norueguesa Aurora e o compositor francês Yann Tiersen estavam entre os manifestantes que bloquearam as entradas do local e circularam os petroleiros em caiaques e veleiros.
Os rebeldes tomaram também a rua principal de Oslo, Karl Johans Gate, e organizaram uma ocupação da sede do DnB Bank para destacar o financiamento significativo da instituição à indústria petrolífera. A desobediência civil também se espalhou pela Semana Arendal, o fórum político mais importante da Noruega, com os rebeldes a interromperem eventos de gigantes petrolíferos e a exporem o greenwashing do governo.
Com a contagem dos votos eleitorais, o Partido Trabalhista, de minoria, conquistou por uma pequena margem um segundo mandato. O seu líder, o primeiro-ministro Jonas Gahr Stoere, afirma que a Noruega continuará a explorar novos campos de petróleo e gás, "mas também a avançar em termos tecnológicos, a reduzir as emissões e a cumprir com as nossas obrigações climáticas".
Esta posição é contrária à urgência da ciência climática, e por isso a XR Noruega continua as suas reivindicações para ELIMINAR JÁ OS FÓSSEIS! Segue a XR Noruega aqui.

Foto: XR Norge
Resumo de acção

Fotos: XR Bolivia
Agosto 29-30 | Sucre, Bolívia
A XR Bolívia participou no II Fórum Nacional da Bolívia, "Agroecologia no Bicentenário – Semear o futuro desde a base", nos dias 29 e 30 de Agosto, juntamente com muitas outras organizações e comunidades. A XR Bolívia tem um "compromisso inabalável com a agroecologia como alternativa urgente e viável ao modelo extrativista, predatório e colonial que ameaça a vida, os territórios e o futuro da Bolívia". O grupo tem cinco reivindicações:
● Políticas públicas que priorizem a soberania alimentar.
● Protecção real dos territórios contra megaprojectos, mineração e desflorestação.
● Reconhecimento e apoio à agricultura familiar e camponesa indígena.
● Financiamento justo e acesso aos mercados locais com preços diferenciados para os produtores agroecológicos.
● Participação activa dos Jovens, das Mulheres e dos Povos Indígenas na tomada de decisões.
Segue a XR Bolívia para saberes mais.

Foto: XR UK
24 de Agosto 2025 | Reino Unido
A 24 de Agosto de 2025, a Campanha dos Rebeldes do Reino Unido Dirty Water Campaign lançou a Campanha Mundial do Casamento pela Água para continuar a expor uma injustiça nacional contínua, mas crescente: os corpos de água em todo o Reino Unido estão a ser contaminados por empresas de tratamento de água, e as comunidades estão a sofrer as consequências. O acesso a água limpa e segura é um direito humano fundamental, mas no Reino Unido, a água está a ser tratada como uma mercadoria a ser comprada, vendida e cada vez mais privatizada por empresas com a aprovação do governo. A Dirty Water Campaign esclarece como as empresas de água estão legalmente autorizadas a despejar águas residuais não tratadas através de transbordamentos de esgotos e, mais importante, como esta prática tem vindo a tornar-se cada vez mais frequente. As estimativas sugerem que houve quase milhão de descargas de esgotos em 2024. As empresas de água lucram enquanto poluem, praticam o greenwashing e colocam em perigo as comunidades e a vida selvagem.
Através de "casamentos aquáticos" simbólicos, os rebeldes do Reino Unido prometem protecção vitalícia às suas águas locais, transformando a indignação em acção e o amor em responsabilidade. As actividades incluem cerimónias emocionantes ao longo das margens dos rios, onde os participantes se comprometem a proteger as suas águas locais, desafiando as empresas de água e os poluidores. A campanha decorre de 24 de Agosto a 24 de Setembro de 2025, culminando num Casamento Mundial da Água global a 22 de Março de 2026.

Foto: XR Medellin
17 de Agosto | Medellin, Colombia
No Domingo, dia 17 de Agosto, a XR Medellín organizou um belíssimo Cantinho do Bem Viver (El Rincón del Buenvivir) no "Bazar da Confiança", no Jardim Botânico de Medellín. Foi um bonito dia, que enfatizou a importância da comunidade e da alegria no activismo. Veja os vídeos e a galeria de fotos aqui.
Notícias Positivas
A maior bateria de areia do Mundo acaba de entrar em funcionamento na Finlândia
Esquece a captura de carbono. A maior bateria de areia do mundo está em funcionamento na Finlândia desde Junho de 2025, e está ainda melhor do que o esperado. Isto marca um passo significativo para tornar as energias renováveis mais capazes de suportar a intermitência do Sol e do vento. Leia a notícia completa aqui.
Leitura obrigatória
[África está a comprar um número recorde de painéis solares Chineses](https://www.wired.com/story/african-imports-of-chinese-solar-panels-increase/?bxid=5fa7b15f8f616f7bf274fbd5&cndid=62658284&h asha=f84e5ac04f021896598d9107641bfee0&hashc=9417d8b4b961919ffc1186b1875b2d245763fc71e609085edf732ffbc8b77586&esrc=MARTECH_ORDERFORM)
Nações de África estão cada vez mais a recorrer ao sol para satisfazer as suas necessidades energéticas, utilizando painéis solares fabricados na China. Entre 2024 e 2025, Angola, Costa do Marfim, Zâmbia, Chade e outros países mais do que duplicaram as suas importações de painéis solares da China, tendo as importações da Argélia aumentado 6300%. Este aumento meteórico do uso da energia solar em África inspira esperança num futuro mais verde. Saiba mais [aqui](https://www.wired.com/story/african-imports-of-chinese-solar-panels-increase/?bxid=5fa7b15f8f616f7bf274fbd5&cndid=62658284&ha sha=f84e5ac04f021896598d9107641bfee0&hashc=9417d8b4b961919ffc1186b1875b2d245763fc71e609085edf732ffbc8b77586&esrc=MARTECH_ORDERFORM).
Visualização Rápida
Rise: From One Island to Another
Dois Poetas\ Duas Ilhas\ A Mesma Areia\ O Mesmo Gelo\ A Mesma Água a Subir.
Das Ilhas Marshall e da Gronelândia, as poetisas Kathy Jetñil-Kijiner e Aka Niviâna usam o poder da palavra falada para discutir a ligação, o clima, a colonização, a comunidade e a mudança. O fotógrafo e cineasta do filme, Peter Sinclair, capta imagens inspiradoras da Gronelândia e das Ilhas Marshall, transmitindo a vastidão da beleza do território. Podes ver a curta-metragem de seis minutos aqui.
Visualização Longa
Homem passa 30 anos a transformar terras degradadas em enormes florestas – Fools & Dreamers
Aninhada nas montanhas de Aotearoa ("Ah-oh teh-ah ROH-ah") (vulgarmente chamada de Nova Zelândia), encontra-se Hinewai, uma Reserva Natural e Santuário de Vida Selvagem de 1500 hectares. Nesta envolvente curta-metragem de 30 minutos, o botânico Hugh Wilsom partilha a sua experiência como administrador de Hinewai e os benefícios de deixar a terra em paz.
Crítica Literária
Ecological Memory por Caroline Ailanthus

O livro de Caroline Ailanthus Ecological Memory é uma suave, mas poderosa, releitura da história pós-colapso. Em vez de se concentrar na destruição e no desespero, a obra volta-se para a cura, o pessoal, o ecológico e o comunitário. No centro da obra estão Elzy Rodriguez, uma jovem com memórias fragmentadas, e Andy Cote, um ecologista que carrega consigo uma dor silenciosa. A busca pela floresta que Elzy recorda da infância desenrola-se como uma metáfora em camadas para a memória, identidade e restauração. A sua relação cresce com autenticidade, equilibrando a vulnerabilidade crua de Elzy com a calma reflexiva de Andy.
O que diferencia este romance é a sua mistura perfeita de ecologia e narrativa. Conceitos como a agroecologia, a observação ecológica e a memória ecológica (que envolve a capacidade dos ecossistemas recuperarem após perturbações) emergem naturalmente na história. Em vez de parecerem sermões, estas ideias enriquecem o mundo, dando aos leitores espaço para reflectir sobre como o cuidado da terra reflecte o cuidado consigo próprios. O ritmo mais lento e meditativo pode desafiar os leitores habituados a enredos rápidos, mas aqui torna-se um ponto forte, convidando a momentos de pausa e reflexão.
O livro carrega um desafio silencioso ao ruído e à velocidade da narrativa moderna. A mensagem mais duradoura é que cada acto de cuidado, seja "plantar uma semente, cuidar de um jardim, recordar uma floresta" (Ailanthus, 2019), é em si um acto de cura. * Ecological Memory* não é apenas um romance sobre sobrevivência, mas sobre resiliência, conexão e a possibilidade de renovação. Para os leitores que procuram ficção reflexiva e focada no ambiente, oferece uma história que perdura muito tempo após a última página, deixando para trás ternura e esperança.
*Evita a Amazon. Apoia as livrarias locais pessoalmente, sempre que possível. Compra os teus livros online na Bookshop ou na Hive (Reino Unido).
Antepassados da XR

Rachel Carson 1907-1964
Nascida na zona rural da Pensilvânia em 1907, Rachel Carson foi uma bióloga marinha que se tornou escritora e cuja corajosa busca pela verdade ajudou a lançar as bases do actual movimento Ambientalista Global. Quando se matriculou no Colégio Feminino da Pensilvânia, em 1925, a sua intenção era tornar-se professora, mas fascinou-se pela biologia e decidiu estudar zoologia. Durante a Grande Depressão, teve de abandonar a pós-graduação e aceitou um emprego a escrever uma série de rádio sobre a vida marinha, o que a levou a outras comissões. Com títulos como "Ajude o seu filho a maravilhar-se", grande parte dos seus escritos foram elaborados para despertar as pessoas para a magia e a beleza do mundo vivo.
Ecologista mesmo antes de esta Ciência estar definida, Carson tinha plena consciência de como os comportamentos humanos impactam o ambiente. Em 1941, era bióloga aquática no Departamento de Pesca dos EUA (apenas a segunda mulher contratada), onde viu em primeira mão os danos nos ecossistemas causados por pesticidas como o DDT.
Dedicou-se à escrita a tempo inteiro em 1951 e ganhou vários prémios. O seu livro de não-ficção, The Sea Around Us foi mesmo transformado num filme vencedor de um Óscar. Em 1962, Carson publicou o seu famoso livro, Silent Spring, como um alerta aos cidadãos, expondo os perigos do uso indiscriminado de produtos químicos na natureza. Um best-seller instantâneo graças à sua narrativa vívida e pesquisa meticulosa, Silent Spring está entre os livros que mudaram o mundo.
As ideias de Carson foram revolucionárias porque ela rejeitou o paradigma predominante de "conquistar a natureza" através do progresso tecnológico, argumentando, em vez disso, que, ao perturbar o delicado equilíbrio dos ecossistemas, prejudicamos os animais, as plantas e, em última análise, a nós próprios. Apesar da forte resistência da poderosa indústria química, as suas ideias foram acolhidas pelo Presidente John F. Kennedy, e ela testemunhou perante o Senado dos EUA em 1963, abrindo caminho para novas leis de protecção ambiental.
Rachel Carson morreu em 1964, mas o seu legado perdura gerações depois, com os activistas climáticos de hoje a verem nela um símbolo de coragem e advocacia impulsionados pela ciência. Sessenta anos depois, dizer a verdade aos poderosos continua a ser urgente.


Segunda Vista de Olhos

15 Exemplos de Desobediência Civil (que fizeram a diferença)
Algumas das campanhas descritas neste post do blogue de 2020 ainda estão activas, mas muitas outras são histórias de sucesso concluídas, prova de que o poder das pessoas importa.
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